Lesões Afetivas

Li um texto hoje, que falou muito comigo, talvez com muito que tenho vivido e aprendido no decorrer desses anos. O texto fala sobre o preço que pagamos ao lesionar afetivamente um coração.

Publiquei dias atrás em meu instagram sobre RESPONSABILIDADE AFETIVA, e sei o quanto este assunto tem se tornado cada mais pesado, tendo em vista o mundo que estamos vivendo. Hoje as pessoas são descartáveis, você conheceu, se envolveu, faz o que quer, age como quer, e o companheiro fica ali, de canto, sem nem ao menos saber o que esta acontecendo, se machucando, uma ferida se cria, e se a pessoa é frágil, sem tanta experiência afetiva, se machuca de uma forma inexplicável. Acho até que este é o motivo das pessoas estarem tão frias hoje em dia, desacreditadas.

Devemos estar atentos com as vidas ao nosso redor, com os corações que entregam em nossas mãos. Temos uma enorme responsabilidade na vida de todos.

Abaixo vou colocar o texto que li, embora a forma redigida pode ser um pouco difícil de ser lida, tenha calma, reflita na leitura e aprenda um pouco como pensar no próximo.

"Um tipo de auxílio raramente lembrado: o respeito que devemos uns aos outros na vida particular.

Caro é o preço que pagamos pelas lesões afetivas que provocamos nos outros.

Nas ocorrências da Terra de hoje, quando se escreve e se fala tanto, em torno de amor livre e de sexo liberado, poucos são os companheiros que meditam nas conseqüências amargas dos votos não cumpridos.

Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que foram assinaladas, se encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou como o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não estás em condição de cumprir com à própria palavra, no que tange a promessas de amor.

E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendestes esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos.

Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade.

O amor, sem dúvida, é lei da vida, mas não será lícito esquecer os suicídios e homicídios, os abortos e crimes na sombra, as retaliações e as injúrias que dilapidam ou arrasam a existência das vítimas, espoliados do afeto que lhes nutria as forças, cujas lágrimas e aflições clamam, perante A divina Justiça, porque ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa."

XAVIER, Francisco Cândido. Momentos de Ouro. Espíritos Diversos. GEEM

Relações são como vasos de barro

Sofremos com relacionamentos quebrados e não consertados. Em vez de refazer um vaso quebrado, parece bem mais fácil  deixá-lo quebrado e trocarmos por um vaso novo. Da mesma forma tem acontecido com as pessoas, que se tratam como descartáveis e substituíveis.

Se um relacionamento não dá certo, a tendência dos tempos atuais indica que se deve trocar por outro e abandonar o que está desgastado, quebrado e adoecido. Quase ninguém investiga o que fez o “vaso” quebrar para então consertá-lo.

Isso demanda tempo, paciência, investimento, consideração e sobretudo amor. Este é o elo perfeito, a ligação exata, o modo de operação que Deus nos ensina a colocar em prática para reatar o que se separou, para religar o que foi rompido. Ele nos faz ver que todas as pessoas são ímpares, únicas e que existe conserto e cura para os relacionamentos quebrados.

O amor está muito acima das palavras: é a escolha em atitudes de sempre consertar o que se quebrou.

Sobre nossos relacionamentos quebrados atualmente, se existem, qual será nossa decisão?

Consertar é mais difícil, mas, sempre que possível, é o certo a se fazer.

Foi só mais um dia

Sabe aqueles dias, que te faltam forças até para chorar, hoje foi um desses, mas é desse dia que eu to com vontade de falar!

A verdade é que o dia já começou dando sinais, como de costume entrei no meu Twitter para ver o que acontecia no mundo, assim como todas as manhãs. Entre uma publicação e outra me deparei com um top trend falando sobre uma série do Netflix, com o título de YOU, sem nem ao menos saber do que se tratava fui ler a respeito e me deparei com um conteúdo que chamou minha atenção. Amor doentio, psicopata, amor de migalhas. Uma série que envolvem muitas pessoas, vivendo varios cenários de relações abusivas. Eu não tive dúvidas, abri meu Netflix e dei play. Uma série que te prende, que te faz pensar MUITO, e em TUDO, e assim foi meu dia, envolvida naquela história.

O dia no trabalho para complementar essa calorosa segunda feira, também não fácil. Entrei as 7, sai depois das 22, ouvi coisas que de leve me chatearam, mas ok, tudo bem dentro do normal (sqn).

Se não nos bastasse, o coração resolveu ligar o sinal de emergência e quando isso acontece, aiaiai, sai da frente que aí vem lágrimas e lá se foi, 1 hora seguida, chorando e fazendo minhas amáveis planilhas. 

O relógio já marcava 10 para as 22, já não era mais hora de derramar lágrimas ali, então a gente seca o rosto, coloca aquele sorriso incrivelmente “natural” que só as mulheres sabem ter, passa pela recepcionista, faz uma piadinha, diz que está uma linda noite e vai embora.

...eu pensei que o dia tinha acabado aí, que apenas havia sido um dia difícil, daqueles que não tem problema em existir e que ninguém nunca sabe que você está vivendo. Ocorre que as vezes estamos tão concentrados em nossa dor que não percebemos o que nos rodeia. Sabe, às vezes eu até acho que somos “cegos” de forma opcional. Talvez, aquele Tweet as 7 da manhã era um sinal, mas, para variar, era mais um dia que eu estava longe demais para percepções.

Quando faltavam meia hora para meu dia acabar, Deus me deu uma flor, uma orquídea branca, que significa AMOR PURO.
Por trás dessa orquídea, veio uma pessoa, um sentimento, uma gratidão, um suspiro, um recomeço. Jesus me deu seu mais puro AMOR, mostrou da forma mais linda o sentido da frase: eu não te abandonarei.

...e sabe aquele início do texto que eu comecei a relatar, foi tudo para chegar neste final, porque o final será sempre este. A verdade é que todos os dias muitas oportunidades nos cercam, e somos nós que permitimos o que vai fazer parte da nossa vida, somos nós que decidimos o que irão fazer com a gente. Esteja atento ao que você permite entrar na sua vida. Esteja atento aos amores de migalhas que aceitamos, e no mais, assistam YOU.

(Um relato de 13.01.2019)

Ela chorou a noite toda, chorou até não ter mais lágrimas, até esvaziar a dor.  Quanta dor um ser humano pode suportar? Quantos sonhos alguém aguenta enterrar?  Quantos futuros alguém aguenta construir em vão? Essas perguntas, esses pequenos tormentos interrogativos inundam os ouvidos dela, sons que não podem ser silenciados, pois são gritos que vem de dentro. Gritos que só ela pode escutar.

Anoiteceu dentro dela, anoiteceu sem estrelas, só existe uma escuridão que paralisa uma escuridão que invade sem ser convidada, os sonhos bonitos que ela tinha, foram embora levando toda a luz e o calor do amanhã. Ela só quer se fechar em si mesma, não quer receber palavras de otimismo dos escritores, não quer sentir o consolo das palavras dos amigos, não quer falar, não quer ouvir a sua própria voz. Ela se tornou uma mão fechada que protege a palma de vida que ainda resta.

Revirou o baú dos momentos passados em busca de um pecado qualquer, uma maldade que ela cometeu intencionalmente, procurou na gaveta dos momentos para ver se existia alguma palavra afiada e ensanguentada que ela usou para magoar alguém. Não encontrou, tinha se portado com ternura e até nos seus momentos de fúria, ela não agrediu, ela ficou em um momento de silêncio, para não magoar as pessoas ela se despetalou.

A ausência do choro sempre é a solidão mais sentida, o choro também não estava mais naquele quarto. Só restava ela, completamente sozinha cercada de pessoas, um grito que o mundo silenciou como quem tira o som dos comerciais desagradáveis da televisão.

A noite começou a se vestir de laranja e ela sorri, primeiro com um leve som sem mostrar os dentes, depois uma risada tímida e sem asas. Agora ela gargalha em meio aos soluços, espasmos e lágrimas. Ela ri de si própria, ela ri porque não entende a razão de estar emocionada por um céu azul e um sol infantil que acabou de nascer no horizonte.

Ela não sabe recomeçar.

Por isso a vida recomeça nela.

Quando o remédio parece não existir

...o título vai resumir os dois seguintes dias, o 11• e o 12•, o sábado e o domingo, o sono e choro'

11• dia - Sábado - Acordei por volta das 09:00, fui para minha casa, tomei café da manhã, tomei banho, conversei com minha mãe, estava determinada a ressurgir das cinzas! Peguei meus materiais, sentei na minha cama e dei início aos estudos, assisti uma aula de meia hora e de repente um sono incontrolável, e um pensamento de "larga tudo e vai dormir" tomou conta, e eu me envolvi naqueles pensamentos. (??????? Poxa eu tinha acabado de acordar), dormi das 10 às 14:30 mais ou menos, o restante do dia não mudou, estava triste, sozinha, chorosa. A noite tinha aniversário da minha melhor amiga, fui em consideração a ela, conversei bastante lá, porém lutando o tempo todo contra eu mesmo. Passadas 2 horas me levantei, me despedi e sai aos prantos de lá. Era como se eu acordasse de um pesadelo, aqueles que você tem medo de voltar a dormir e continuar! Eu não acreditava que estava tão bem, e de repente estava eu, andando na rua sozinha, meia noite, chorando e querendo não estar vivendo aquilo!

12• dia - Domingo - Acho que o começo da para copiar, acordei, tomei café da manhã, e tomei banho, eram 11hrs. Sentei na sala, tinha claridade, agora eu vou estudar.... triste ilusão, desta vez não assisti nem sequer 1 aula! O mesmo pensamento voltou, um sono que me dominava, e lá estava eu novamente indo me deitar! Dormi das 11:30 às 15:40. Acordei porque meu namorado apareceu para montar uns móveis novos do meu quarto, o que foi bom, dei uma distraída e fiquei contente com a forma que o quarto tomou. Coloquei uns ursinhos, o quarto ficou mais feliz e tomou cor! Uma dor de cabeça muito forte se fez presente, tarde toda, mas pelo menos hoje me deitei melhor!

....que fds!

Do 6º ao 10º dia

Eu vou usar essa ferramenta em forma de diário, quero ver as evoluções, os sintomas, efeitos colaterais e sem ficar em 2º plano quero deixar registrado para que algum dia sirva para alguém.

6º Dia - (Segunda feira) - Hoje pela manhã não queria levantar da cama, foi uma luta, pensei, repensei, queria ficar de todo jeito no meu casulo, após 1 hora entre cochilos e pensamentos tirei força de algum lugar que ainda não sei qual foi, e levantei para trabalhar. Para acalmar o coração logo cedo resolvi tomar 5 gts de RESCUE. O dia fluiu normalmente, não chorei, foi um dia normal, aliás não tanto, tive efeitos colaterais fortes demais. Sonolência e cansaço tomaram conta real de mim. Por volta das 14hrs até as 17hrs foi uma luta para me manter acordada. Preferi ficar no escritório, esperar passar e após ir embora. Tudo correu bem. Resumidamente o dia foi bom, sem choros, sem tristeza, apenas efeitos colaterais mesmo.

7º Dia - (Terça-feira) - Estou melhor que ontem. To bem, digamos que to normal. Acho que o remédio esta se adaptando ao meu organismo. A sonolência ainda está muito forte pela tarde, porém é o único efeito colateral, ah, hoje senti um pouco de dor de cabeça também, de resto tudo nos trinkiiiissss.

8º Dia - (Quarta-feira) - Dia norma, os efeitos colaterais já são baixos. Ontem dormi na casa do Maurício o que ajuda meu humor também, é uma casa muito animada, e de energia do bem. Fui na psicologa, tomei rescue antes da consulta. Falamos muito sobre minha família, estou gostando.

9º Dia - (Quinta-feira) - Dos últimos dias, hoje foi o primeiro que deu uma alterada nos ânimos. Hoje to meia nervosa, brava, stressada. Não tive efeito colateral nenhum hoje, acho que o remédio já se adaptou no meu organismo. Não sinto mais dor de estomago ao tomar o remédio. Tomei rescue pela manhã, para acalmar um pouco. Fui ao samaritano, voltei bem. Conversei com meu pai, expus tudo que está acontecendo, do inicio até o presente momento. Falei sobre a energia que precisamos buscar para nosso lar. Deitei para dormir feliz, em paz e tranquila.

10º Dia - (Sexta-feira) - O dia tava BOM DEMAIS. Estava animada a ponto que não estava me contendo, estava agitada, inquieta, um pirilampo. Sai para comer fora, me diverti, conversei. Porém por volta de umas 17hrs começou a bater um sentimento de tristeza. Tomei o rescue no horário do almoço e repeti a dose no início da noite. A noite tomou o mesmo rumo da tarde, sai do escritório por volta das 22hrs, arrasada, chorosa, de repente depois de muitos dias me via mal novamente. Meu namorado insistiu para que eu fosse para a casa dele pois lá iria me distrair, resolvi ceder e fui. Não tive vontade de encarar ninguém, conversar ou simplesmente rir, apenas resolvi existir....cai no sono e não esperava os dias que estavam por vir!

O mundo LEXAPRO

Tava sumida e hoje resolvi voltar para falar do assunto do momento, mais do que falar eu quero registrar para ler isso um dia.

Há 3 semanas descobri que não estava sozinha, e por mais que fosse um mundo estranho era real, eu estava diagnostica com DEPRESSÃO.

Notei que mais uma vez não estava bem, tudo me causava frustração, a vontade de viver sozinha era maior que tudo, o trabalho não me agradava mais, era uma luta sair de casa.

Procurei espacialistas, passei em um psiquiatra que deu a direção de tudo, e hoje estou fazendo terapia no psicologo. O psiquiatra me passou um remédio anti-depressivo para tomar, o OXALATO DE ESCITALOPRAM, 15 dias sem tomar após sair da consulta até que um dia, em uma das crises, resolvi me render a ele, e agora vamos começar....

1º dia (24/05/2017) - No primeiro dia eu não tinha o remédio, tomei o de uma amiga que já tomou em um período. Foi o dia mais surreal dos últimos tempos. Cerca de 3 horas que havia tomado o remédio, tudo começou a fazer efeito, eu ri deste momento até dormir, me sentia andando nas nuvens, e tudo estava muito lento. Fiquei com medo de dirigir, mas tudo correu bem até a hora que cheguei em casa e descansei.

2º dia (25/05/2017) - Hoje percebi que estou com muita perca de memória, esqueci um negócio sério no trabalho, os efeitos estão mais amenizados, não estão iguais aos de ontem. Não to rindo atoa, mas sinto tontura, dor de cabeça, cansaço e sonolência. Estou comendo doces feito uma descontrolada. Estou tentando colocar meu namorado no meio do assunto e momento, ele esta na dele, acredito que estranhando tudo e sem saber o que deve fazer. Fui no Samaritano hoje, tomei uma "bronca" da dirigente pois estava há 1 mês sem ir, disse que assumimos um compromisso com a espiritualidade e não podemos ter falta de compromisso. A energia mal cuidada geram inúmeras consequências, inclusive a tristeza e depressão. Fiquei bem sem graça com a forma que esse assunto foi exposto. Não gostei.

3º dia (26/05/2017) - Continuo com os mesmos sintomas de ontem, sem aquela brisa enorme do primeiro dia rsrs, continuo com enjoo, dor de cabeça, muita tontura. Hoje notei uma coisa boa demais. Percebi o quanto estava guardando dentro de mim assuntos que me deixavam triste, eu me lamentava, sofria, vitimizava. Hoje acordei ainda chateada com o que tinha ouvido ontem no samaritano, porém algo dentro de mim disse: SUPERA, até quando vai ficar se lamentando, já ouviu, entendeu o recado, descarta, acabou. Eu estava fazendo isso há muito tempo, tudo eu levava comigo e aquilo só trazia mais tristeza. A partir de hoje vou colocar em prática, nada irá perdurar. Como meu namorado disse: ouvir, assimilar, o que é bom guarda para si, e o que não faz bem, descarta. To feliz por isso. Preciso contar que estou completamente sem filtro também, ando falando coisas que só percebo depois que falei, hoje fugi de uma palestra que estava no trabalho, e depois vi uma pessoa no escritório que na minha cabeça não poderia me ver onde eu estava, e sai correndo também hahaha. MEDO.

4º dia (27/05/2017) - Sábado, dia movimentado, festa surpresa da amiga, batizado da filha de um casal de amigos e um show do zeca pagodinho de madrugada. Tinha optado por não tomar o remédio de manhã como de costume, estava preocupada como estaria até a hora do show, porém não imaginei que grandes consequências teriam ao tardar para tomar. Por volta de umas 18hrs eu ainda não havia tomado o remédio, começou umas sensações negativas, tristeza, e ainda na festa da minha amiga, já comecei a chorar, fui amparada por uma amiga, a qual permaneceu comigo pelo resto da noite. Saímos de lá e fomos ao batizado, onde continuei mal e voltei a chorar, neste momento tomei meu remédio, uma crise se aproximava, e no caminho de ir embora desta 2ª festa eu desabei a chorar, sem motivos, sem porquês, apenas uma tristeza e solidão sem fim. A partir dali o remédio começou a fazer efeito, misto de sono, com calmaria, neste dia eu tomei rescue 3x, o que potencializou ainda mais os efeitos, tinha desistido de ir ao show, já queria estar sozinha e nada mais fazia sentido, porém minha família e amigos que estavam comigo não me deixaram 1 segundo só, lutaram e falaram que eu não iria ficar sozinha. Fomos ao show, chegando no estância não me senti bem, acho que me deu fobia das pessoas, precisei ir para um lugar arejado para tudo voltar para seu lugar. Encontrei a Thalita, Paty e uns amigos, me senti melhor, a vontade e tudo ficou bem. Cheguei em casa e dormi tranquilamente, durante a noite tive algum tipo de sonho, que acordei em um pulo gritando meu namorado.

Hoje percebi que não posso ficar sozinha e nem longe dos meus amigos, o melhor é estar rodeada de pessoas que me querem bem, eu realmente não enxergava mais isso, era como se estivesse em um coma e estivesse acordando agora, tendo noção de tudo. É triste ver o quanto estava cega e não percebia as coisas, com o tempo achei que tinha ficado mais velha e estava anti-social, não gostava mais de sair de casa e nem de companhia, mas hoje vejo que tudo isso eram sintomas da depressão e eu nem me dei conta.

5º dia (28/05/2017) - Domingo, almoço na casa da vovó Darcy que cozinhou só para me fazer feliz, já que os dias não estavam muito bons. Dia todo deitada, muito cansada, sonolenta, lutando contra os efeitos colaterais. Tomei o floral rescue 1x ao dia. Acho que foi o dia que mais senti sono, cansaço de desde o primeiro. Dia foi muito bom, tranquilo e feliz.

Esse é um básico resumo dos 5 primeiros dias.

Os efeitos colaterais são muito fortes, porém estou crente que estou superando eles a fim de uma melhora. Minha amiga que tem conhecimento neste assunto disse uma coisa hoje que concordei, é um momento de auto-conhecimento, essa parte de estar enxergando melhor as coisas está sendo INEXPLICÁVEL, bom demais. Sei que logo a melhora irá chegar.

Te amo, mas sou uma mulher livre

Podemos acertar as coisas dessa forma? Eu acho que sim, meu bem. Não, não quero um relacionamento aberto ou nada do tipo. Podemos ter o clichê eu e você planejando a vida juntos. Isso me faz bem, e acredito que para você também faça, né? Mas você precisa saber que tenho algumas vontades que são só minhas.

Às vezes, eu só peço o domingo. O domingo me deixa ficar quieta em mim, de pijamas o dia todo e sem me preocupar em que horas tenho que sair para chegar em tal lugar. Em alguns momentos é tudo que eu quero.

Às vezes, as vontades são maiores. Eu quero a quinta-feira. Quero ela para ler algum livro que venho procrastinando, ou para pintar as unhas do pé de vermelho escarlate.

Algumas coisas só a quinta-feira pode me dar, meu bem. É bem provável também que em alguns momentos eu deseje um pedaço da terça-feira. Para correr. Sempre gostei de correr, mesmo antes de você. Não sei muito bem para onde corro, é verdade, mas quem sabe de tudo, não é mesmo? E se eu pedir a segunda-feira, não me ache estranha por favor. É o começo de uma longa semana e eu provavelmente deveria meditar.

Você entende né? Você também tem seus dias, suas tardes, suas manhãs e madrugadas. Você também tem aquilo que quer fazer com seus amigos, e eu quero que você faça. Amigos são uma dádiva, você entende isso? Eles são um presente que eu não vou devolver. Não vou deixar de vê-los, meu bem. Eu entendo que o ciúme existe, e é porque ele existe que temos que resistir. Podemos combinar que quando eu digo que aquele é meu amigo, você acredita? Eu prometo confiar também.

Eu confio em você quando você diz que as coisas vão ficar bem. Confio quando planejamos uma viagem de fim de semana. Confio quando tiro minha roupa na sua frente, e deixo que você veja aquilo que acreditei que seriam imperfeições. Hoje eu encaro com orgulho aquelas estrias e celulites. Marcas de que vivi. Marcas de que muitas vezes troquei o frango e a salada pela lasanha. Não me culpo. Não me importo na maioria dos dias. Isto faz diferença para você, meu bem? Eu acho que não. Então você não me culparia não é mesmo? E naqueles dias em que estou fechada em mim, insegura até de olhar nos seus olhos, eu não serei a louca não é mesmo? Eu serei alguém que precisa de alguma ajuda. Precisa de um mimo. Eu prometo te mimar também.

Meu bem, nada do que terei você não terá. Eu não sou louca por ter dias tristes, e nem você é. Estarei lá para apoiar. A gente pode se apoiar juntos. Eu sei que muitas vezes vou ter que ter o domingo, mas o sábado é nosso. Nossos planos, nossas conversas quando amanhece e eu ainda estou enrolada no teu lençol. Hoje, eu quero a vida do teu lado. Mas tem que ser bom, você entende? Tem que ter amor, ter respeito, ter confiança, ter vontade fazer junto, ter tudo isso todos os dias. Não quero que ninguém que se sinta com a pressão de fazer algo pelo bem do relacionamento. A gente é o relacionamento, e o bem dele é nosso bem juntos.

Meu bem, quero deixar isso acordado dessa forma, você entende? Não quero brigar por bobagens, e nem preciso de teatros para chamar a atenção. Quando eu disser não, você entende que é não? Já estive com quem não entendeu. Já estive com quem cobrou e pediu e usou e machucou e disse que era por amor. Se esse é seu tipo de amor, corre para bem longe, por favor. Já passei da fase de achar que o fim de um relacionamento é o fim da minha felicidade. Essa paixão arrebatadora que faz a gente mover montanhas e fazer o que nunca faria pelo bem do outro: eu não quero nada disso. Não quero que você tenha noites sem dormir porque brigamos. Não quero eu caminhe na sua rua com o coração saindo pela boca, porque se você não me atender eu morrerei ali mesmo. Não quero achar que só você teria a divina paciência de aguentar uma louca como eu. Não quero nada disso, tá bem?

Eu quero um amor leve, desses que deixa o cheiro fresco no ar quando a gente passa. Quero sorrir e encostar a cabeça no seu ombro, te amando pelo homem que você é, e pelas coisas que você nunca faria por ninguém no mundo. Quero que tirem uma foto nossa olhando olho no olho e vejam que a gente não pede nada em troca. Quero ver essa foto e ver que estamos ali na paisagem, sentindo o cheiro das ruas e o calor do sol nos nossos rostos.

Não temos uma bolha que nos separa de nada. Nosso amor não divide, nosso amor se espalha. Se espalha quando caminhamos de mãos dadas. Se espalha quando estamos separados e eu ainda te amo. Se espalha quando vamos comprar alguma carne de segunda linha para o almoço. Se espalha quando nos vemos, e o coração não dispara, mas conforta. Porque eu encontrei você, e nesse momento eu nunca me senti mais livre do que sempre fui. Porque eu encontrei você depois de ter me encontrado, e nós nunca seremos um só. Porque somos dois diferentes. E é isso que eu desejo.

Podemos acordar as coisas dessa forma?